ALMA LUSITANA || AVEIRO: FÓSFOROS E METAL SOBRE IMITAÇÃO DE SER HUMANO
by
Andreia Morais
- fevereiro 24, 2021
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Fotografia da minha autoria |
Tema: Um livro para morar
A poesia é um género para morar - ainda que, por vezes, eu seja aquele amigo que atravessa o mundo, desligado, e demora a regressar, tornando-se quase num estranho. Por essa razão, influenciada pela Rita da Nova, apontei novamente a Aveiro e ao Alma Lusitana, porque o livro da Filipa Leal abriu-me as portas de casa e convidou-me a permanecer.
«Sei que eu e os meus irmãos tivemos sempre
uns dos outros as partes melhores»
Fósforos e Metal Sobre Imitação de Ser Humano é um misto de conselhos para quem entra nos quarenta e uma exposição de escultura, mantendo um tom despretensioso, sarcástico e bastante relacional. Porque, com honestidade, equilibra aspetos do quotidiano com experiências pessoais e familiares. E, assim, deambulamos por fragmentos da sua infância e sentimentos mais atuais, proporcionando-nos uma leitura intimista, que facilmente se cola à nossa pele - mesmo que a descubramos num sopro.
«Não é a terra que é estreita, sou eu»
Fiquei, particularmente, presa à primeira parte. No entanto, toda a obra, que também apresenta poesia em prosa, é fantástica. Porque é sobre ser, sobre generosidade, sobre aprender a dividir, sobre amores, desamores e ilusões. E, por consequência, é sobre metamorfoses. Com um traço utópico e outro que consegue ser a luz da nossa realidade, perdemo-nos nos seus versos, sentindo tudo. Fósforos e Metal Sobre Imitação de Ser Humano tem mesmo a essência certa. Que obra de arte!
«Queria os teus olhos a fecharem-se comigo por dentro e tu por dentro de mim»
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